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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cultura Chinesa

A China é berço de uma das civilizações mais antigas no mundo com uma história de mais de 5 mil anos. Durante esse período, criaram-se diferentes costumes, arte, culinária, crenças e celebrações que ao longo do tempo foram se mesclando e desenvolvendo por toda vasta região que abriga as terras da China que conhecemos hoje. 
As diferentes províncias e as 56 etnias diferentes, cada qual com suas tradições e manifestações, formam um variado, sofisticado e rico mosaico cultural. A mescla de culturas regionais resulta no que conhecemos em termos gerais como “cultura chinesa” manifestada em diversas formas.

Idioma
Quando nos referimos ao idioma “chinês”, nos referimos ao “mandarim” que é a língua oficial do país e idioma mais falado no mundo, com mais de 900 milhões de praticantes. Serve de língua mãe aos falantes de diferentes regiões, cada qual com seu dialeto local, de toda a China. Pela sua importância e alcance, é um dos seis idiomas oficiais da ONU.
Há centenas de dialetos falados por toda China agrupados por semelhança em 10 principais “grupos” que prevalecem em suas regiões geográficas. Além do Mandarim, há: Wu & Hui (região em torno de Xangai), Yue (Cantonês, região Guangdong e Hong Kong), Hakka & Min (região sudeste incluindo Fujian e Taiwan), Xiang (Hunan), Jin (Shanxi) e Gan (Jiangxi).

Arquitetura
A arquitetura é dos pontos altos da civilização chinesa. Seus estilos respondem às características e necessidades regionais, modos de produção econômica, estrutura política e religiosa, hábitos cotidianos e padrões comportamentais.

Arquitetura antiga
Houve três períodos de grande destaque na história da antiga arquitetura chinesa: dinastias Qin e Han; Sui e Tang e Ming e Qing. Os caixilhos de madeira, as grandes coberturas e os pátios quadrangulares (Siheyuan), por exemplo, tornaram-se referências internacionais.

No norte do país, os chineses empregam uma estrutura de madeira e terra para resistir ao frio e ao vento; no sul da China, predominam o bambu e o junco, além da madeira e do barro. Em outras regiões, a estrutura de estacas para evitar a umidade e facilitar a circulação de ar. As pedras, por outro lado, são a principal matéria-prima nas montanhas.

Arquitetura moderna
Com o desenvolvimento da China, as construções de aeroportos, estádios, arranha-céus, teatros, residências e monumentos romperam gradualmente as concepções tradicionalistas e apareceram novas formas combinando estilos orientais e ocidentais. 

Nas principais metrópoles surgiram construções inovadoras mesclando estilos, desenvolvidos tanto por arquitetos locais como estrangeiros.  Prédios como Jin Mao e IFC, em Xangai, e CCTV e ninho do pássaro, em Beijing, e Guangzhou TV tower, em Guangzhou, simbolizam a grandiosidade e arrojo das edificações modernas da China.  Grandes nomes da arquitetura contemporânea incluem I.M. Pei e Wang Shu

Cultura 2
Filosofia e Religião
As “Cem escolas de Pensamento” representam um período (770 a.C a 220 a.C) de grande expansão do pensamento e conhecimento chinês. 

Muitos dos conhecimentos desenvolvidos se juntaram aos trabalhos do pensador Confúcio (551-479 a.C) para formar juntamente com o Taoismo a base da filosofia chinesa tradicional. O confucionismo prega a justiça, tradicionalismo, respeito a autoridade e valoriza a busca pelo conhecimento. Enquanto o Taoismo, também considerado uma religião, busca o equilíbrio do ser humano com os elementos e a natureza, sempre valorizando a harmonia e paz interior através da compaixão, humildade e simplicidade.

Uma grande variedade de religiões é praticada na China desde o início de sua história. Os templos de várias crenças diferentes pontilham a paisagem da China. Apesar da proibição e restrição a religião durante o início do período Comunista, hoje elas florescem com a anuência supervisionada do governo. Mais da metade da população é atéia ou agnóstica (53%) masoTaoismo (30%), Budismo (11%), Cristianismo (4%) e Islã (2%) são as principais religiões do país.

Cultura 03

Superstições
Os chineses são muito supersticiosos. Como o 13 no ocidente, o 4 é o número do azar. Isso porque o som da palavra “4” é parecido com o da palavra “morte”. Isso afeta tanto, que há prédios sem os andares 4, 14, 24 (e outros que terminam em 4) e números de celular terminados em 4 ou com muitos 4 chegam a custar menos por conta disso. Já o número 8 tem o som que se assemelha ao de “prosperidade”. Não à toa que os jogos Olímpicos de Pequim começaram no dia 8 de agosto de 2008, às 8:08 da noite, e números de telefone com 8 são mais procurados...

Nos telhados de casas e palácios, têm-se animais enfileirados para cuidado e proteção dos prédios e dos moradores consequentemente. A figura do dragão traz boa sorte - ele pode ser visto em casas, embarcações, jardins, muros e amuletos. Já os grandes leões, têm o objetivo de assustar os maus espíritos e impedir que entrem nas áreas dos palácios, assim como os espelhos (refletindo as energias negativas) que são postos nas portas de entrada.

Há, ainda, superstições associadas a gestos, palavras e cores. Presentear com relógios ou objetos cortantes pode ser interpretado como um fim ou corte de relações. E o branco é considerado como a cor de luto, já o vermelho é como a cor da sorte...

Cultura 04


Gastronomia
Apesar de estar presente no mundo todo com restaurantes de imigrantes e redes de comida expressa, a gastronomia chinesa é uma arte exótica para os padrões ocidentais.  Reconhecida como uma das mais sofisticadas e saborosas culinárias do mundo, come-se praticamente de tudo, com muitas iguarias vistas sob desconfiança pelos estrangeiros. Porém, muitos dos ingredientes para o dia a dia são os mesmos, mudando apenas a forma de preparo e os temperos.  Arroz, massa, e carnes populares como porco, peixes, frango e de pato.
As refeições são quase sempre acompanhadas de tigelas com o famoso arroz branco e o auxílio dos famosos “palitinhos” - práticos e simples de manusear.  Os líquidos como sopas e cozidos, são consumidos com uma colher larga e plana.  Sendo assim, a maioria das refeições são preparadas com pratos variados em pedaços pequenos e em porções, prontos para serem compartilhados.
As refeições, em maior número de pessoas, são normalmente em uma mesa redonda com diversos pratos, servidos em sequência e compartilhados.  Sempre acompanhados de chás e, dependendo da ocasião, do forte vinho de arroz local “baijiu” para brindar.
Ao contrário do que vemos em restaurantes chineses do ocidente, não existem “biscoitinhos da sorte” na China.  Para sobremesa os chineses normalmente degustam um prato de frutas.
Por causa da extensão e diversidade étnica-cultural do país, a culinária chinesa pode ser dividida em muitos estilos regionais. Com uma variedade de ingredientes encontra-se desde os mais apimentados aos agridoces; de frutos do mar a carnes exóticas; legumes de todo tipo e uma infinidade de temperos.  Além disso, mudam-se as formas de preparo. Comidas são grelhadas, cozidas, ensopadas, fritas, assadas e cruas, variando dependendo do local. A sofisticação das culinárias chinesas forma literalmente um “caldeirão” de sabores. 
Cultura 05Banquete chinês
Também usa-se uma infinidade de ingredientes naturais, muitos com fins medicinais, alimentos e chás e práticas que resultaram na milenar medicina tradicional chinesa.
Medicina Chinesa
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), também conhecida como Medicina Chinesa é a denominação dada ao conjunto de práticas desenvolvidas ao longo dos milhares de anos. Desenvolvendo conceitos para a saúde do corpo baseada na busca da harmonia e equilíbrio energético, a MTC tem atraído muitos adeptos estrangeiros, inclusive. Valendo-se também da reflexologia e interconectividade de pontos sensíveis diretamente funcionamento dos órgãos, os tratamentos buscam curas holísticas e mais naturais.
Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, a MTC é eficaz em patologias tais como: asma, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, insônias, alcoolismo, depressão, cefaléias, tabagismo, gripe, entre outros.

O diagnóstico inclui exame dos pulsos, exame da língua e um diálogo a fim de esclarecer os sintomas e causas presentes (tendo em conta também o contexto social do paciente). O tratamento é prescrevido numa perspectiva de integração das várias técnicas de MTC: acupuntura, fisioterapia, massagem, ventosas e de dieta. Pode acontecer também que lhe seja recomendado iniciar uma prática pessoal de Ginástica Energética e meditação.

Há diversos centros de pesquisa e estudo dedicados a MTC e vem ganhando espaço e influência no ocidente nas últimas décadas. Com isso, a indústria de produtos e medicamentos chineses e seus ingredientes exóticos têm visto uma demanda cada vez maior.
Cultura 06

Música da ChinaDesde os tempos antigos, houve uma grande mudança na música chinesa devido às influências de doutrinas religiosas, filosóficas e ideológicas. A música chinesa também é considerada uma rica herança, pois ao mesmo tempo em que evolui para uma forma mais contemporânea, alguns instrumentos tradicionais são mantidos, como vários tipos de flauta, o sheng, o gongo, sinos e o erhu.
CinemaA origem do cinema chinês se deu no início do século XX, sendo o primeiro filme realizado em 1905, o qual consiste em uma gravação da Ópera de Pequim. “O romance de um vendedor de frutas” (de Shichuan Zhang, 1922) é o filme mais antigo ainda conservado. Na década de 20, a indústria cinematográfica chinesa começou a desenvolver-se, sobretudo na cidade de Xangai.
As primeiras películas que ganharam notoriedade foram produzidas na década de 30, com o aparecimento de idéias comunistas. Com a Revolução Cultural na década de 60 mais a paralisação do progresso material e tecnológico do país, o cinema chinês atrofiou e se tornou pouco expressivo.  Exceção feita a Hong Kong, que desenvolveu uma indústria cinematográfica robusta e produzia filmes de artes marciais e ação, revelando ao mundo grandes astros como Bruce Lee, Jackie Chan e Jet Li.
Com a reabertura da Academia de Cinema de Pequim, na década de 80, formou-se a primeira turma de jovens cineastas chineses como Zhang Yimou, He Ping e Chen Kaige, que na década de 90 voltaram a colocar o cinema chinês no mapa em grande estilo, dando origem ao Novo Cinema Chinês.
Na década de 2000, continuando esse ressurgimento, uma nova geração de cineastas e atores chineses, que estrelaram produções chinesas com destaque até em Hollywood ganhando Oscars como "O Tigre e o Dragão". Essas produções além de manter a qualidade da geração anterior, experimentou novas formas estéticas que acabaram pondo o cinema chinês como um marco vanguardista.
BL
Bruce Lee

Arte 
A milenar arte chinesa é marcada bela beleza e delicadeza de seus traços e perfeccionismo presente nos suaves detalhes. Atravessando longos períodos durante as dinastias, a arte chinesa desenvolveu estilos elaborados e cuidadosamente praticados. Foram produzidas obras fantásticas, algumas sobrevivem até hoje. Muitas peças inclusive seriam incorporadas no dia a dia, principalmente da nobreza e da corte imperial.

Pinturas, vasos, jóias, esculturas e até utensílios domésticos foram criados através dos mais variados materiais através de refinadas técnicas em jade, porcelana, madeira, papel, metais e até seda. Os temas também são alguns exemplos da diversidade das coleções. Pintores destacam, em suas telas, as belezas naturais como paisagens, animais e aspectos mitológicos e divinos. Outros retratam a história e a glória militar, como os famosos guerreiros de terracota em Xian. 
Com o tempo e as sucessivas guerras, invasões e revoluções, muitos desses tesouros se perderam, destruídos e roubados. Hoje há um esforço dedicado a recuperar e reunir muito do que foi danificado e dispersado, de volta aos acervos dos grandes museus que a China possui hoje em dia, como o Shanghai Museum em Xangai Entretanto, há também uma forte produção contemporânea. Depois de muito tempo restrita devido a censura e dificuldade econômica, o mercado de arte na China vem ocupando um espaço cada vez maior, crescendo mais até que a economia. Com isso, diversos artistas emergiram no cenário chinês nas últimas décadas, e hoje em dia suas obras são reconhecidas mundialmente e vendidas por milhões de dólares.

A antiga fábrica “798” que produzia eletrônicos nos arredores de Beijing, se tornou um espaço moderno que abriga atividades de alto nível cultural, artístico e comercial em Dashanzi Art District, centro de Beijing. Reúne arte contemporânea, arquitetura e um estilo de vida urbano. A partir de 2002, artistas e organizações culturais começaram a dividir, alugar, e retornar os espaços da fábrica transformando-os em galerias, centros de arte, estúdios de artistas, empresas de design, restaurantes e bares.
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Pintura do artista Zhang Zeduan retratando Bianglinga, capital do Império da Dinastia Son


Artes Performáticas

A China reúne alguns dos números mais famosos no mundo das artes performáticas. 
A Ópera de Pequim é uma forma de teatro chinês tradicional que combina música, performance vocal, mímica, dança e acrobacia ao apresentar feitos históricos e lendas populares. Ela surgiu nos anos fins do século XVIII e tornou-se plenamente desenvolvida e reconhecida em meados do século XIX. O formato ficou extremamente popular na corte da Dinastia Qing e se tornou considerada como um dos tesouros culturais da China. 
A ópera foi sempre um espetáculo muito popular, tanto entre o povo chinês como entre os nobres e imperadores. Na elaboração dos argumentos e da música participaram escritores e aristocratas. Os imperadores da dinastia Tang, Hsuan Tsung (712-755) e Chuang Tsung (923-925), são considerados pais honoríficos da Ópera de Pequim devido ao apoio dado a esta arte.
Os grupos acrobáticos chineses também encantam platéias do mundo todo, com suas plasticidade e números incríveis. Exibindo equilíbrio, contorcionismo, agilidade e destreza inimagináveis as trupes chinesas são referência nas artes performáticas.
Cultura 08
Show de acrobacia chinesa

Artes MarciaisO Kung-Fu nasceu da necessidade de sobrevivência dos antepassados na luta contra animais ferozes e contra inimigos. Esta arte marcial milenar vem orientando as pessoas, bem como ajudando os jovens a se direcionarem em disciplina, respeito com os colegas. De um modo geral, estrutura o corpo físico, em combinação com a mente, extravasando as ansiedades, angústias e estresses acumulados no dia a dia, fortalecendo-os. O Kung-Fu pode ser praticado por adultos e crianças de ambos os sexos.
Benefícios
  • Controle Físico: desenvolvimento da coordenação motora, força, resistência flexibilidade, velocidade, ritmo, auxiliando no crescimento e ainda controle do aumento e diminuição do peso;
  • Controle Emocional e Mental: proporciona maior segurança, tranquilidade e controle das ações, desenvolvimento do raciocínio, os reflexos, maior atenção e concentração mental;
  • Defesa Pessoal: muito rico em técnicas de defesas diversas, incluindo variadas técnicas de ataque que por sua vez só deverá ser usada, em último recurso.
O Tai Chi Chuan foi criado originalmente como um método de auto defesa por sacerdotes taoístas por volta do século XII. Seu objetivo é buscar a união da força com a suavidade, do corpo com o espírito e promover a interação do homem com a natureza. O Tai Chi Chuan também pode ser praticado por pessoas de qualquer idade, ele é considerado uma aeróbica de baixo impacto, sem riscos de lesões e sem contra indicações.
Benefícios
  • Atua sobre todos os sistemas orgânicos do corpo;
  • Regula as funções cardiovascular, respiratória, digestiva e hormonal;
  • Minimiza patologias articulares;
  • Melhora a orientação espacial e o equilíbrio;
  • Aumenta a flexibilidade e a força muscular;
  • Reduz a ansiedade e o estresse físico e emocional.
TCC
Tai Chi praticado no Bund de Shanghai



   Taichirajá 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Auriculoterapia


A auriculoterapia é um sistema independente da acupunctura e especialidade dentro da Medicina Chinesa. A aplicação actual da auriculoterapia não se restringe apenas ao tratamento das enfermidades através dos pontos auriculares, este sistema tem-se desenvolvido em relação ao diagnóstico em muitas patologias. Através da auriculoterapia podem ser tratadas cerca de 200 enfermidades, entre as quais estão: enfermidades de carácter funcional, enfermidades de carácter neurótico e psicótico: cefaleias, neurastenia, insónia e dor, etc. A auriculoterapia é provavelmente um dos mais antigos métodos terapêuticos praticados na china. Este microsistema já era referido nos textos antigos como o Huang Ti Nei Jing, onde se relata a estreita relação do pavilhão auricular com o resto do corpo.

Em 1973, antropólogos chineses, encontraram nas escavações realizadas na província de Hu Nan, um livro antigo do período Han, escrito em duas partes intituladas “Os onze canais dos braços e das pernas na moxibustão e os onze canais Yin e Yang na moxibustão”. Segundo os especialistas esta obra deve ser a mais antiga sobre os canais no tratamento com moxibustão, na 2ª parte do livro menciona-se “Os membros, os olhos, a face e a garganta, todas reúnem-se, através de vasos e canais, na orelha”. Outros livros antigos da Dinastia Tang e Ming, também mencionam o uso de pontos na orelha para o tratamento de diversas enfermidades.

Mais recentemente em 1947, o Dr. P. Nogier (francês), publicou alguns trabalhos nos quais expõe a relação existente entre o pavilhão auricular e o resto do organismo, descrevendo inclusivamente, as experiências realizadas com clientes e os óptimos resultados obtidos. Ao que se sabe, ele partiu da observação dos povos do mediterrâneo, que tinham por hábito o uso de pequenas cauterizações na orelha para o tratamento de várias moléstias, conseguindo descobrir uma série de pontos curativos. Ao estudar esses pontos estabeleceu uma ligação entre a posição destes no pavilhão auricular e aquela ocupada pelo feto pouco antes do nascimento. Estes trabalhos do Dr. Nogier foram publicados em jornais de Xangai levando os chineses a acelerarem as investigações sobre esta área, criando vários centros de investigação por toda a China.

Desde a década de 80 do século XX até á actualidade foram feitos progressos enormes na auriculoterapia quando em 1982 foi fundado na China o Grupo Nacional de Trabalho em Auriculoterapia.
 
Em Outubro de 1989, celebrou-se em Pequim (Beijing) o primeiro congresso Internacional de Auriculoterapia, o qual marcou uma nova etapa no desenvolvimento tanto na China como no Mundo da Auriculoterapia.

Neste momento, a Auriculoterapia constitui uma especialidade Universitária, motivo de estudo tanto de médicos formados em Medicina Chinesa como Ocidental. Muitas têm sido as publicações que têm saído sobre a auriculoterapia aumentando cada vez mais o acumular de conhecimentos. O grupo de investigações sobre auriculoterapia da província de Yun Nan, editou um livro intitulado tratado de Auriculoterapia Chinesa. Uma editora de Shangai publicou os livros “O tratamento com auriculoterapia” e “selecção de auriculoterapia”. Na província da Nan Jing publicou-se o livro “Aplicação clínica da Auriculoterapia”. O hospital de Medicina Tradicional da província de Guang Zhou editou o livro “Experiência Clínica da Auriculoterapia”. Na província de Tian Jing também se publicou o livro com o título “Experiências sobre o uso e diagnostico dos pontos Auriculares”. Em Pequim (Beijing), editou-se o livro “Manual sobre Aplicação Diagnostica e Terapêutica dos Pontos Auriculares”. Na província de Au Hui, o livro “Tratado Aclaratório sobre Auriculo-punctura”. Em 1991 a professora Huang Li Chun editou em Beijing um dos tratados mais importantes de auriculoterapia publicados na China, com o título “Tratado sobre o Diagnóstico e Tratamento através dos Pontos Auriculares”. Estes títulos de livros são uma pálida amostra do vertiginoso desenvolvimento que tem alcançado a auriculoterapia nos últimos 30 anos dentro da China.

A auriculoterapia tem constituído a sua própria teoria, por ter na actualidade, métodos independentes para o diagnóstico e tratamento das enfermidades. Os pontos auriculares funcionam como uma memória do histórico patológico das pessoas, por isso o diagnóstico através destes, fornece-nos o desenvolvimento cronológico das enfermidades e a preparação para processos patológicos que ainda não se manifestaram clinicamente. O diagnóstico da auriculoterapia tem valor hoje semiológico muito próximo do diagnóstico através do pulso e da observação da língua na MTC.

O pavilhão auricular é considerado uma parte muito importante do corpo humano, por constituir um microsistema, capaz de funcionar como um receptor de sinais de alta especificidade, podendo reflectir todas as mudanças fisiológicas dos órgãos e vísceras, dos quatro membros, do tronco, dos tecidos, etc. Quando produz-se uma desarmonia em qualquer parte do corpo humano, este é reflectido na orelha com reacções de carácter e localidades diferentes, específicos a cada enfermidade em particular, e deixando relações muito estreitas entre os locais reactivos e as partes do organismo implicadas na patologia. As reacções podem ser de diferentes tipos, entre as mais comuns são: mudanças na resistência eléctrica das zonas reactivas específicas, mudanças de coloração, descamações, mudanças morfológicas nessas áreas, eczemas, etc. Todas estas reacções podem aparecer no pavilhão auricular, antes que a enfermidade se manifeste e também, desaparecer depois da cura da enfermidade

O método de tratamento em auriculoterapia tem tido muito desenvolvimento durante estes últimos anos, desde as tradicionais agulhas de acupunctura de dimensões relativamente pequenas e muito finas, ás agulhas intra-dérmicas, á utilização do laser, passando pelas esferas magnéticas e moxabustão até á prática mais utilizada na China que é a colocação de pequenas sementes com adesivo demonstraram resultados excelentes, e são utilizados em conformidade com a necessidade do paciente, pois cada organismo reage de uma forma determinada ao estímulo, cada pessoa é um universo único, todo o tratamento pela auriculoterapia tem como objecto promover o equilíbrio do paciente e assim o seu bem-estar. A auriculoterapia é especialmente indicada quando se necessita que o paciente leve o tratamento para casa, podendo o paciente pressionar as esferas ou semente colocadas nos pontos auriculares, estimulando por pressão e efectivando continuamente o tratamento. 

domingo, 10 de julho de 2016

TAI CHI CHUAN "FABULAS"





"Batendo nos tigres" - movimento é TSO THÁ HU SHI

Vusun estava indo visitar seu irmão e passou por um bar e leu o aviso que tinha na porta, "Cuidado com o tigre na montanha!", ao entrar no bar havia outro aviso, "Não servimos mais que 3 doses de bebida". Vusun sentou, tomou as 3 doses e queria mais, o homem do bar não podia servir, mas ele conseguiu, e pediu mais e mais, até que tomou 18 doses e saiu do bar bebado. O homem do bar falou, não vá para a montanha sozinho, cuidado com o tigre e andando meio bebado, leu outro aviso do governo, "Cuidado com o tigre na montanha!" e foi caminhando, caminhando na direção da montanha, lá chegou e se aconchegou em uma pedra bem alta e dormiu.


Ao sentir um vento forte e um cheiro de sangue, acordou e percebeu que o tigre estava vindo, (os tigres vem com o vento e o dragão vem com as nuvens), e quando ele viu o tigre se aproximando percebeu que era um tigre enorme. Vusun era um homem muito grande, mas o tigre era maior ainda. Ele tentou bater no tigre com um bastão, mas o bastão era grande e se quebrou na árvore. E o tigre tentou 3 golpes em Vusun, pular em cima dele, mas ele escapou, daí tentou golpeá-lo de lado e ele escapou novamente. Vusun conseguiu pular no pescoço do tigre grudando em sua pele solta e socou, socou, até que ele desmaiou. Todos em sua aldeia ficaram sabendo e ele se tornou um grande homem.


"Serpente branca mostra a língua" - movimento é - CHUAN SHEN PAI SHE TU SHI

Houve um tempo, na montanha E-Mei onde viviam uma serpente branca e uma serpente verde. Elas usavam seus poderes mágicos para se transformar em belíssimas jovens. Um dia as duas estavam passando por uma ponte e encontraram um homem, Xu Xian, por quem a serpente branca se apaixonou e se casaram. O Monge avisou Xu Xian que sua esposa era uma serpente branca, mas ele não acreditou.

Durante uma festa, para agradar seu marido, a serpente branca bebeu vinho, o que era perigoso pois o vinho espantava os espíritos e ela por sua vez era um espírito. Grávida e com seus poderes enfraquecidos ela perdeu o controle e correu para a quarto. Xu entrou no quarto e viu uma serpente enorme branca enrolada em sua cama e caiu morto de medo. Ela viajou para conseguir ervas mágicas e restaurar a vida do seu marido e foi capaz de convencê-lo de que ele não havia visto uma serpente branca. Xu Xian estava ainda fraco e foi visitar o monge Fa Hai que o convenceu a tornar-se um monge e separar-se do espírito da serpente. As duas serpentes partiram para implorar ao monge que deixasse Xi Xian sair, mas ele não deixou. Então, a serpente branca chamou um grande exército de criaturas aquáticas para ajudá-la e houve uma enchente no templo, mas o monge fez com que a montanha crescesse e ficou acima da enchente. Enfraquecida com a gravidez ela abandonou a batalha para esperar o nascimento de seu filho. Incapaz de continuar a luta sózinha a serpente verde passou um tempo praticando para aumentar seus poderes mágicos e habilidades. Depois que seu filho nasceu, Xu Xian foi visitá-lo levando consigo um chapéu mágico oferecido pelo monge e prendeu a serpente branca no chapéu e depois o monge a aprisionou na forma de serpente em um pagode. Depois que o filho da senhora branca e de Xu Xian cresceu, a senhora verde retornou e destruiu o pagode, resgatando a senhora branca e vencendo o monge Fa Hai. Xu Xian, a senhora branca e seu filho se reuniram e todos viveram felizes para sempre.

"Agulha no fundo do mar" - movimento é HAI DI CHIN

"O macaco rei era muito forte, com habilidades muito grandes, mas não encontrou arma alguma em seu mundo suficientemente forte para ele. Todo o seu exército tinha uma arma, então, resolve ir até o mundo do dragão (no fundo do mar), para ver se lá encontrava uma arma.
O dragão pediu para seus serviçais trazerem uma barra de ferro, como um sabre e o macaco rei experimentou e achou muito leve e fraca, então, o dragão pediu que trouxesse algo muito mais pesado do que o anterior, no formato de uma foice e o macaco tb achou muito frágil a arma.

Cansado do macaco, a esposa do dragão sugeriu que mostrasse uma coluna de ferro enorme que estava espetada no fundo do mar, cheia de ferrugem e coisas grudadas. O macaco se aproximou da barra de ferro e ela se transformou em algo brilhante, reluzente, encantada. Então ele disse, se ela fosse menor seria melhor para experimentar e ela ficou menor e ele disse menor e ela diminuiu ainda mais até o ponto que ele conseguiu pegá-la, como um bastão, porém pesado. Conforme o macaco mexia com o bastão, a água do mar se movimentava. O dragão ficou admirado do seu poder, então ele disse menor, menor e ela ficou do tamanho de uma agulha, que ele guardou atrás da orelha.
Ele voltou para o seu povo e ajudou a levar o seu mestre para o oeste. Após essa missão o buda Shakamura pediu a agulha de volta e disse que ele estava com ela para conseguir a missão com o mestre. E o buda deu a agulha para o Imperador que a colocou entre os dois rios da China que sempre causavam enchentes, equilibrando assim as águas."

Flor de lótus

O lótus, um símbolo universal do Oriente, é "a flor que estava presente no Inicio, o lírio glorioso das Grandes Águas....flor em que a existência se faz e desaparece".
Ela é ao mesmo tempo, yin e yang, e guarda em si o equilíbrio das Duas Forças, é solar, quando floresce ao sol, e lunar, quando emerge da escuridão das águas do caos pré-cósmico. Enquanto combinação de ar e água, simboliza espírito e matéria. Suas raízes, assentadas na escuridão do lodo, representam a indissolubilidade; sua haste, o cordão umbilical da vida, prende o homem às suas origens e é também um eixo do mundo; as folhas e flores alcançam o ar e neles desabrocham à luz do sol, simbolizando a potencialidade no botão e a expansão e a realização espirituais na flor; suas sementes, dispersas sobre as águas, são a criação.

O lótus está associado à roda como matriz solar e como a roda do sol dos ciclos da existência. Iamblicus chama-o de perfeição, uma vez que suas folhas, flores e fruto formam o círculo. Na qualidade de flor lunar e solar, yin e yang, o lótus também é o andrógino, aquele que é auto-suficiente para existir. Seu simbolismo é inexaurível, tanto no Hinduísmo, como no Taoísmo e no Budismo. O lótus é a flor Áurea do Taoísmo, a cristalização e a experiência da luz, o Tao.

Enquanto, no plano espiritual, representa plenitude do nascimento, o crescimento, o desenvolvimento e potencialidade, no plano mundano representa, o cavalheiro erudito, que está em contato com o lodo e a água suja do mundo mas não é contaminado por ela. À parte seu simbolismo quase infinito, o lótus é uma flor de grande beleza e forte poder evocativo; nas palavras de Osvald Sirén, uma pétala de flor de lótus "emana uma magia especial, uma atmosfera que intoxica como um perfumado incenso e embala como o ritmo de um mantra ascendente e descendente".


Trecho do livro Yin & Yang a Harmonia Taoísta dos Opostos, de J.C.Cooper.

Flor de lótus.




   Taichirajá 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Benefícios físicos e mentais do Thai Chi Chuan atraem cada vez mais a atenção de psicólogos e neurocientistas.






Vestidos com roupas orientais, chineses idosos se movem em suave sincronia. Reina o silêncio. Para os ocidentais essa é a representação mais fiel de uma antiga arte marcial chinesa surgida no século XIII. Proibida durante décadas pelo regime de Mao Tse-tung, a técnica ressurgiu há pouco mais de 30 anos. Hoje, o tai chi chuan, que quer dizer "luta do pólo supremo", está difundido também no Ocidente em razão dos benefícios que traz ao corpo e principalmente à mente. Mesmo sem atingir o nível de popularidade da ioga, vem atraindo a atenção da comunidade científica para as vantagens que oferece a quem o pratica com assiduidade. Embora seja frequentemente descrita como ginástica suave, uma forma de meditação em movimento ou dança, as raízes do tai chi chuan - ou simplesmente tai chi - estão nas artes marciais. É considerado, aliás, uma representação de conflitos internos expressos por meio dos movimentos. A técnica faz parte do que os chineses denominam wu shu, que nós, ocidentais, chamamos kung fu. De fato, na tradição oriental, o tai chi é definido como um "combate com a sombra". "As artes marciais mais conhecidas no Ocidente, como o karatê e o kung fu, as quais têm como objetivo infligir o maior dano possível ao adversário, na verdade são apenas um rascunho da original, cuja orientação básica é atingir o autoconhecimento e o controle do indivíduo", explica Marco Montagnani, professor de acupuntura e especialista em medicina tradicional chinesa. "Para o praticante de artes marciais, como o próprio o tai chi chuan, a idéia central é evitar o combate sempre que possível ou tornar o adversário inofensivo com o mínimo indispensável de violência", diz.

 A técnica ocupa papel intermediário entre as técnicas de combate propriamente ditas e um tipo de ginástica terapêutica denominada qi gong. "Ele nasceu como uma arte marcial que tem também propriedades medicinais", explica Lucio Sotte, médico acupunturista e diretor da Revista Italiana de Medicina Tradicional Chinesa. Para muitos mestres, certas formas de execução do tai chi são consideradas qi gong. Sonia Baccetti, do Centro de Medicina Tradicional Chinesa Flor de Ameixa, em Florença, tem uma visão diferente. "Segundo os textos clássicos, o tai chi permite reequilibrar a energia e promover a saúde geral, enquanto o qi gong trata órgãos específicos. Ambas as técnicas usam movimento e respiração consciente para reativar a circulação energética".

Para a medicina chinesa, a saúde depende de uma boa circulação da energia, "pois as patologias nascem da estase, uma espécie de estagnação que pode surgir por vários fatores, como maus hábitos alimentares ou o que os chineses chamam 'energias externas perversas', como variações climáticas extremas, infecções ou emoções negativas intensas", diz a especialista. Segundo ela, o objetivo do tai chi é reproduzir no corpo os movimentos cíclicos do Universo, da aurora ao crepúsculo, do nascimento à morte; até que se entre em sintonia com o que nos circunda. Cada mestre cria seu estilo, que deve, no entanto, respeitar os princípios básicos da tradição", conclui.

tai chi praticamente não tem contra-indicações, exceto para quem sofre de lesões musculares (nesses casos, é necessário consultar um médico). Outra vantagem é que pode ser praticado por pessoas de todas as idades, em qualquer lugar, individualmente ou em grupo. Tudo que é necessário para executar as sequências de movimentos lentos e fluidos - geralmente definidos por nomes pitorescos como "vigiar o macaco" ou "o gavião abre as asas" - é um espaço relativamente pequeno e um par de calçados confortáveis. Isso não significa, porém, que se trata de um exercício fácil, apesar de os mestres ocidentais terem simplificado o método de ensino tradicional. Aprender tai chi chuan leva tempo, mas os benefícios não tardam a aparecer. "Quem faz logo percebe os resultados terapêuticos, que se intensificam com a experiência e podem levar, em uma década, a verdadeiras mudanças de caráter", afirma Marco Montagnani.

O aprendizado do tai chi se divide em três grandes fases. A primeira é dedicada ao tiao shen, a harmonização corporal. Nela o praticante conhece os limites do próprio corpo e melhora a coordenação motora, a circulação sanguínea e a capacidade articular. Além disso, os exercícios frequentemente auxiliam também na expressão de emoções.

Uma vez aprendidos os movimentos básicos, começa a chamada harmonização respiratória, o tiao xi, etapa em que, segundo especialistas, é favorecida a qualidade do sono, do humor e da vida afetiva. Nessa fase se aprende a levar a respiração até o umbigo, um centro energético, segundo os chineses, o que ajuda a controlar, por exemplo, ansiedade e ataques de pânico. "Não é à toa que quando estamos ansiosos tendemos a respirar com o tórax", explica Sonia Baccetti.
A última fase do aprendizado, atingida apenas pelos mais assíduos, é chamada harmonização do coração, ou tiao xin - a medicina tradicional chinesa atribui ao coração as funções da mente. Nesse ponto o praticante desenvolve habilidades que melhoram o relacionamento com os outros e consigo mesmo. Alguns estudos mostram que, exercitado durante anos, o tai chiajuda a tomar consciência dos próprios limites e potencialidades. Se na fase anterior os exercícios combatiam a ansiedade, aqui são observados benefícios nos estados depressivos.

Dentre as medicinas tradicionais do Oriente, a chinesa certamente é a mais estudada. Em bancos de dados da literatura científica, como o PubMed, há milhares de referências, principalmente sobre acupuntura e qi gong. "Sabemos, por exemplo, que o efeito analgésico da acupuntura pode ser explicado pela ativação de vias neurais inibitórias, que conseguem bloquear o percurso do estímulo doloroso da periferia até o sistema nervoso central", explica Baccetti. Segundo ela, técnicas de neuroimagem como a tomografia por emissão de pósitrons (PET) mostram que a estimulação de alguns pontos do corpo ativa áreas específicas do cérebro, enquanto outros agem sobre o sistema imunológico ou regulam a produção de hormônios.

As pesquisas científicas sobre tai chi chuan, entretanto, apresentam limitações metodológicas que vão além das dificuldades comuns no âmbito da medicina preventiva. Uma delas é o período relativamente longo de aprendizagem, diferentemente do qi gong, que se baseia também em exercícios estáticos, mas bem mais simples de executar. "Em geral os ensaios clínicos não duram o suficiente para avaliar os reais benefícios dessa arte porque ela exige tempo e aplicação", diz Fuzhong Li, do Instituto Oregon de Pesquisa, que coordenou um estudo cujos resultados mostraram como o tai chi melhora o equilíbrio e previne quedas em idosos. "Uma das coisas que tendemos a esquecer quando estudamos os efeitos do tai chi é que a qualidade do instrutor conta muito e pode influenciar decisivamente os resultados", diz.

Apesar das dificuldades, o número de pesquisas sobre o tai chi chuan está se multiplicando rapidamente nos últimos anos, principalmente depois de uma excelente metanálise publicada em 2004 por Chenchen Wang, reumatologista do Centro MédicoTufts-New England, em Boston. "Pratico tai chi ocasionalmente, mas sou antes de tudo uma pesquisadora interessada em seus efeitos no organismo e no cérebro", explica a pesquisadora americana de ascendência chinesa. Vários estudos que fizeram parte da metanálise mostram que o tai chi pode, após um período relativamente breve (seis meses), aliviar a depressão e melhorar claramente indicadores psicológicos de bem-estar, tanto os ligados à percepção da própria saúde como os relativos à satisfação e à auto-estima. Outros estudos indicam ainda que otai chi melhora a coordenação visual e motora e pode ajudar pessoas com demência leve a desfrutar melhor as próprias capacidades. "Entretanto, nenhuma dessas pesquisas é conclusiva, faltam evidências mais convincentes sobre os mecanismos de ação que justifiquem os resultados observados", adverte a pesquisadora.

De modo geral, os trabalhos analisados por Wang mostram que otai chi melhora o equilíbrio e a mobilidade articular e ajuda a combater a hipertensão. Segundo ela, porém, "há muito para investigar ainda, por exemplo: quais estilos da técnica garantem maiores benefícios; quanto se deve exercitar e quais suas reais vantagens". Análises anteriores, como a realizada em 2003 no Centro Médico Erasmus, de Roterdã, fornecem resultados menos precisos, mas se justificam pela dificuldade de encontrar estudos com metodologia adequada. Mais recentemente, Wang publicou um levantamento sobre os efeitos da técnica chinesa em pacientes com artrite reumatóide, nos quais foram observados resultados promissores, seja no plano físico, seja no psicológico.

Provavelmente é longo o caminho da investigação científica sobre os possíveis benefícios do tai chi na saúde física e mental. Considerando, porém, que uma tradição leva séculos para se estabelecer - se não milênios -, vale a pena ter paciência e aprender a esperar.

Efeitos terapêuticos testados

Músculos: estudo de 2005 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta, mostrou que o tai chi fortalece a musculatura postural e previne quedas em idosos. Outros estudos observaram redução na perda de tecido ósseo em mulheres na pós-menopausa. Quem sofre de artrite reumatóide parece também se beneficiar dos exercícios chineses, que melhoram a mobilidade das articulações, especialmente das pernas e do quadril.

Coração: o tai chi favorece a qualidade de vida e diminui a intensidade dos sintomas de portadores de insuficiência cardíaca crônica, segundo pesquisa realizada na Falculdade de Medicina da Universidade de Harvard. No ano seguinte, estudo da Universidade de Liverpool Mostrou que essa prática é capaz de diminuir a pressão arterial em mulheres de meia-idade.

Imunidade: portadores de Herpes zoster apresentaram melhora na resposta imunológica, especialmente indivíduos com saúde mais debilitada, segundo estudo do Centro Cousins de Psiconeuroimunologia da Universidade da Califórnia em Los Angeles.

Sono: praticado três vezes por semana durante seis meses, o tai chi aumenta a qualidade e a duração média do sono e é mais eficaz que programas equivalentes de ginástica de baixo impacto, de acordo com trabalho realizado no Instituto de Pesquisa de Oregon.

Auto-estima: a técnica foi considerada eficaz e contribui para a auto-estima e para a qualidade de vida de mulheres com câncer de mama, segundo pesquisa da Universidade de Rochester.

Fonte:Methodus




   Taichirajá 

domingo, 26 de junho de 2016

Segundo estudo chinês, tai chi faz bem às pessoas com problemas cardíacos



Os estudiosos também observaram a redução de sintomas depressivos em pacientes que praticam tai chi chuan

As vantagens dos exercícios físicos para pessoas com problemas cardíacos são cada vezmais atestadas pela ciência. Ao movimentar o corpo, o sangue flui melhor e o coração trabalha com mais eficiência, já que precisa fazer menos esforço. Cientistas chineses resolveram investigar se esses benefícios também ocorrem com a prática de técnicas milenares, como o tai chi chuan, arte marcial que envolve concentração e respiração. Constataram, entre os ganhos, redução da pressão arterial. Detalhes do estudo foram divulgados recentemente no Jornal da Sociedade Americana do Coração.

Yu Liu, coautor do estudo e pesquisador da Faculdade de Cinesiologia na Universidade do Esporte de Xangai, conta que a intenção do trabalho era reforçar observações feitas clinicamente. “Os benefícios físicos e psicológicos para pacientes que praticam essas técnicas, que se tornam cada vez mais populares, precisavam ser determinados com base em evidências científicas”, disse, em comunicado à imprensa.
Partindo dessa motivação, Liu e colegas analisaram 35 estudos, somando 2.249 participantes de 10 países. Os pesquisadores perceberam que pessoas com doenças cardiovasculares e que tinham como hábito a prática de tai chi chuan, chi kung e baduanjin apresentaram reduções na pressão arterial e nos níveis de mau colesterol (LDL) e triglicérides — tipo de gordura presente no sangue que aumenta os riscos cardíacos —, além de redução de sintomas depressivos. Não houve avanços significativos na frequência cardíaca (quantidade de vezes que o coração bate por minuto) e no nível de aptidão aeróbica dos participantes.

Os cientistas destacam que a pesquisa analisou o grupo de uma forma mais geral. Por isso, impactos quanto ao tempo de dedicação dos exercícios chineses — os participantes foram acompanhados por no máximo um ano — poderiam ter um peso importante nos resultados. Apesar da necessidade de uma análise mais detalhada, eles acreditam que o trabalho reforça a necessidade de atividades físicas para pessoas com problemas cardíacos e mostram como o tai chi chuan e outras práticas chinesas podem ser uma boa opção para quem necessita se prevenir de complicações como derrame e infarto.

Qualidade de vida

Roberto Candia, cardiologista do Laboratório Exame, em Brasília, ressalta um ponto específico do estudo: um teste em que participantes tinham que se submeter a caminhadas com seis minutos de duração. “Aqueles que realizavam exercícios chineses tiveram desempenho superior, além de melhoras na qualidade de vida, atestadas pelos questionários respondidos. Isso já mostra como essas atividades podem ser benéficas ao corpo e à mente”, avalia.

O especialista destaca também que essas atividades podem ser incorporadas às prescrições médicas para pacientes que precisam se proteger de problemas cardíacos. “Muitas vezes, recomendamos os exercícios aeróbicos ou uma corrida moderada, mas tem gente que não gosta, que odeia academia. Técnicas como o tai chi chuan podem ser uma opção. E, se os benefícios mostrados no estudo realmente ocorrem, as chances de um derrame podem ser bastante reduzidas”, completa.

Os pesquisadores darão continuidade ao trabalho e pretendem estudar os benefícios das práticas chinesas em um número maior de enfermidades, além das cardíacas, e em pessoas que as praticam há mais de cinco anos. “Estamos otimistas, pois os exercícios tradicionais chineses geram um baixo risco físico durante a prática e prometem uma intervenção que pode ser útil na melhoria da qualidade de vida em pessoas com doenças cardiovasculares, que estão entre as principais causa de incapacidade e morte no mundo”, destacou Liu.






   Taichirajá 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

As Oito Peças do Brocado (Ba Duan Jin)



As Oito Peças do Brocado (Ba Duan Jin /Pa Tuan Chin, ver notas finais) é um conjunto de exercícios de Qigong (Ch’i Kung) da Dinastia Song (1127-1279, China).
O Qigong (Ch’i Kung) é uma técnica chinesa que promove o bem-estar físico e espiritual que aglomera exercícios de respiração, auto-massagem e movimentos dos membros. Associa-se comummente ao T’ai Chi e artes marciais.
Atualmente, há cinco escolas principais de Qigong (Ch’i Kung): a Médica, que se foca na prevenção e cura de doenças, a de Confúcio, que cultiva princípios morais, a do Tao (ou Dao) que se foca igualmente no espírito e no corpo, a Budista, focada em libertar o coração e a mente e a do Wushu, que pratica exercícios físicos e de auto-defesa.
A criação d’As Oito Peças do Brocado é atribuída ao General Yue que desenvolveu a técnica para manter a saúde dos seus soldados. O seu nome resulta da associação entre a beleza e perfeição dos tecidos de seda e tapeçarias com a riqueza e satisfação originadas na boa saúde.
O Ba Duan Jin é uma sequência de oito exercícios que ajudam a desenvolver a força física, nomeadamente dos braços e pernas, a ampliar o tórax e a prevenir e corrigir problemas de postura.


Este conjunto de exercícios é ainda mais benéfico se se atentar na energia nas palmas dão mãos, e ao seu redor, inicialmente, e, posteriormente em volta de todo o corpo.


1º Exercício : Sustentar o Céu


Este exercício, além de promover o alongamento e melhorar a postura, regulariza o fluxo de energia no meridiano do Triplo Aquecedor (San Jiao /San Chiao) e regula os órgãos internos.




 Postura Inicial

Em pé, com o corpo relaxado e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantenha os calcanhares unidos, apontando os tornozelos para fora, formando um ângulo de 90º. Olhe em frente.
Observação: este exercício também pode ser executado com os pés paralelos, afastados à distância equivalente da largura dos ombros.
Movimentos

Inspire elevando os braços, lateralmente, até acima da cabeça, com as palmas das mãos apontadas para cima e os dedos para dentro, entrelaçados ou não, e alongue-se, elevando os calcanhares. Expire voltando à postura inicial.
Repita estes movimentos 8 ou 16 vezes.

2º Exercício : Empurrar o Céu e a Terra

Este exercício fortalece a parte superior das costas, ombros e dorso dos braços e regulariza as funções do baço e do estômago, ajudando a digestão.


Postura Inicial

Em pé, com o corpo relaxado e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantenha os calcanhares unidos, apontando os tornozelos para fora, formando um ângulo de 90º. Olhe em frente.

Observação: este exercício também pode ser executado com os pés paralelos, afastados à distância equivalente da largura dos ombros.
Movimentos

Inspire elevando o braço esquerdo, pela frente do tronco, acima da cabeça, apontando a palma da mão para cima e os dedos para a direita, ao mesmo tempo que aponta a palma da outra mão para baixo, e alongue-se. Espire voltando à postura inicial. Repita o movimento invertendo os braços.
Repita estes movimentos 8 ou 16 vezes.

3º Exercício : Retesar o Arco e Atirar no Pássaro

Este exercício desenvolve os músculos da cintura escapular e laterais do peito, fortalece as coxas, desenvolve a caixa torácica, aumenta a capacidade respiratória e melhora a circulação sanguínea.

Postura Inicial

Em pé, com os pés paralelos, afastados à distância equivalente ao dobro da largura dos ombros. Olhar em frente.

Movimentos

Inspire retesando o arco e olhando para a presa. Expire abrindo a mão «soltando a flecha». Inspire retornando à postura inicial e expire. Repita o movimento para o lado oposto.

Repita estes movimentos 8 ou 16 vezes.

4º Exercício : Olhar para Trás

Este exercício fortalece o pescoço e ajuda a aliviar as tonturas em pacientes hipertensos, além de curar as «cinco perturbações» e os «sete distúrbios».

Nota: as «cinco perturbações» são deficiências dos cinco órgãos — coração, fígado, baço, pulmões e rins — e os «sete distúrbios» são as complicações decorrentes dos sete excessos — comida, raiva, esforço, frio, calor, ansiedade e preocupação.



Postura Inicial

Em pé, com o corpo relaxado e os braços estendidos ao longo do corpo. Mantenha os calcanhares unidos, apontando os tornozelos para fora, formando um ângulo de 90º. Olhe em frente.

Observação: este exercício também pode ser executado com os pés paralelos, afastados à distância equivalente da largura dos ombros.

Movimentos

Expire girando o pescoço para a esquerda, como que olhando sobre o ombro. Inspire voltando à postura inicial. Repita o movimento para o lado direito.
Repita estes movimentos 8 ou 16 vezes.

5º Exercício : Inclinar a Cabeça e Balançar o Traseiro

Este exercício fortalece as coxas e desenvolve a flexibilidade da coluna vertebral, além de eliminar a «fleuma do coração» ou tranquilizar o «coração angustiado».

Nota: estas expressões referem-se aos sintomas decorrentes da agitação mental, como a insônia e a inquietação, entre outros.



Postura Inicial

Em pé, com os pés paralelos, afastados à distância equivalente ao dobro da largura dos ombros. Repouse as mãos sobre as coxas. Olhe em frente e inspire.

Movimentos

Inspire flexionando o tronco para frente e expire girando-o para a esquerda, simultaneamente jogue o quadril para a direita. Inspire voltando ao centro. Repita o movimento para o lado oposto.


Repita estes movimentos 8 ou 16 vezes.
6º Exercício : Tocar os Pés e Empurrar os Rins
Este exercício desenvolve a flexibilidade da coluna lombar, do quadril e da cintura além de fortalecer os rins.





   Taichirajá